Processo criativo até o meu tropicalismo punk!!!

Meninas boa tarde! Últimos preparativos para minha partida eu vim mostrar para vocês como foi o meu processo criativo até chegar ao resultado final da minha prova sobre tropicalismo punk!

Primeiro “colhi” várias referências dos dois movimentos:

“o movimento tropicalista evocava a valorização do brasileiro, da natureza, seja na música, no teatro, na poesia ou nas artes plásticas”

“O punk procurava chocar, impor a atitude e personalidades fortes de quem o adotava” 

Decidi que a maquiagem seria a do “tropicalismo punk”, e não a do “punk tropicalista”

E então comecei a fazer váaaarios testes nas minhas “cobaias”!

Na primeira cobaia (a Valen) eu tentei fazer o VIOLENT LIPS pois acreditei que chocaria, seria um caminho para a “pegada” punk que a maquiagem tinha que ter! Porém é bem difícil  ficar PERFEITO e eu não sabia se podia me utilizar de tal artifício então logo descartei! Depois tentei fazer um desenho no olho parecido comos adesivos  mily eye flashesque eu já falei aqui no blog, porém de parecido não teve nada e ficou TRÁGICO!!!! ENTÃO TAMBÉM FOI DESCARTADO! RS

TRAGÉDIA!!!

“Depois de observar as padronagens tropicalistas, o que saltava aos olhos eram as estampas de natureza, sempre coloridas. Entre folhagens, bananeiras e estampas gráficas, observei também muitas flores. Pretendi, então, reproduzi-las nos olhos da modelo” Tive a idéia de criar a sensação de que os olhos das modelos fossem duas flores! E pensei para o movimento punk uma boca rosa com o contorno escuro, TUDO PARA CHOCAR!

Como achei a boca sem graça parti para outra idéia: uma nova sobrancelha, BEEEEEEEM ARQUEADA!!!! Teria que cobrir a sobrancelha antiga e fazer uma nova! Então primeiro testei só cobrindo com base, e o resultado foi catastrófico! heheheheeh

Porém, quando cobri com várias camadas de cola pritt e depois passei corretivo por cima, consegui criar uma nova sobrancelha que dava um ar bemm chocante! Neste momento achei que tinha chegado no resultado final!

Porém me deu um “click” e eu achei que isso tudo estava MUITO DRAGQUEEN  e fui pesquisar sobre o tema! E acreditem, realmente estava! hehehehehehe 

Aqui o meu desespero começou porque tive que dar alguns passos para trás e descobrir um novo jeito de chocar de uma forma nova! Com isso tentem diversos tipos de sobrancelhas que vocês verão abaixo:

A primeira ficou muito normal:

Essa rosa ficou “nada a ver…”

Essa fina caímos na risada, pareceu uma “velhinha!!!”rs

Decidi também testar uma de cada tipo, e odiei!!!

Até que tive um estalo, Esse choque se faz presente com os resquícios punks da boca da modelo. A idéia foi fornecer um elemento icônico do movimento punk (a boca preta), porém em apenas um dos lábios. É a forma de chocar!

E foi assim que cheguei no meu resultado final e aí foi só treinar para a prova!

É como se o movimento tropicalista estivesse abraçando o punk presente na boca. A parte inferior da boca em tom claro evoca o rosto mais limpo das artistas tropicalistase, junto ao olho baseado nas estampas tropicalistas, abraçam a boca metade punk. O lábio da atitude, do choque, da ruptura e do anarquismo. As flores do cabelo e os olhos resistem, mas a boca marca a inevitabilidade da influência externa para movimentos- sejam eles políticos ou culturais.”

E por fim o resultado final no dia da prova: 

Ufa um looooongo processo porém com missão mais que cumprida! Já recebi um feedback dos meus professores com pontos positivos e oportunidades e dentro do possível saí bem feliz! Vivendo e aprendendo certo?

Beijosss e até mais!

Tropicalismo Punk! Conclusão de curso!

É meninas o curso chegou ao fim e agora chegou a hora de eu mostrar para vocês meu trabalho de conclusão! Como já havia dito há algum tempo o tema da minha sa la foi Tropicalismo Punk! Precisei estudar esses dois movimentos e, a partir disto, criar uma maquiagem, podendo ser ela conceitual ou não.

Então aqui vai a minha tese e minha criação, espero que gostem:

“Depois de várias tentativas em traduzir movimentos tão antagônicos como os tropicalista e punk em uma maquiagem, decidi aproximá-los. Trazer elementos de um para o outro de forma que não parecesse duas maquiagens diferentes foi a primeira preocupação.

Os dois movimentos aconteceram quase ao mesmo tempo – enquanto, no final dos anos 60, o movimento tropicalista evocava a valorização do brasileiro, da natureza, seja na música, no teatro, na poesia ou nas artes plásticas; na Inglaterra dos anos 70 o punk procurava chocar, impor a atitude e personalidades fortes de quem o adotava. Como afirmava a jornalista Caroline Coon, em 1977, “o punk é a revanche dos hippies”.

E, se o tropicalismo carrega em si um pouco do estilo de vida hippie, unir os dois seria tentar aproximar as culturas, e os elementos que, de tão diferentes, podem até complementar um ao outro. A decisão foi fazer com que um predominasse, para traçar um norte para a maquiagem. Decidi que a maquiagem seria a do “tropicalismo punk”, e não a do “punk tropicalista”.

Para construir um visual que remetesse a ambos, tomei como base o que mais marca cada movimento. O tropicalismo não abria espaço para quase maquiagem nenhuma – até pelos ideais que pregava. Porém eram as estampas e as cores gritantes que chamavam a atenção em qualquer visual ou produto cultural tropicalista, além da valorização da natureza. Em contrapartida, o que se via primeiro em um punk era a maquiagem carregada, e o choque inicial que ela provocava, com suas cores escuras e traços fortes.

A idéia da maquiagem conceitual em detrimento de uma maquiagem mais urbana veio da necessidade do “palco” para os tropicalistas. Por mais que não usassem maquiagens tão fortes como os integrantes do movimento punk, os tropicalistas tinham a atenção do público através das roupas, dos gestos, e da voz (uma vez que a música é a primeira coisa que chama a atenção no movimento tropicalista, antes do teatro, do cinema e das artes plásticas). Então, para trazer um pouco do tropicalismo utilizando somente a maquiagem como expressão de todo um ideal, decidi que ela seria marcante, e poderia funcionar em passarelas ou no palco, por mais que não conseguisse funcionar nas ruas. Uma escolha baseada apenas na vontade de expressar a ruptura que o tropicalismo propunha em relação a toda produção cultural anterior.

Depois de observar as padronagens tropicalistas, o que saltava aos olhos eram as estampas de natureza, sempre coloridas. Entre folhagens, bananeiras e estampas gráficas, observei também muitas flores. Pretendi, então, reproduzi-las nos olhos da modelo, utilizando cores fortes de sombras e cílios postiços em cima e em baixo, para simular as pétalas. Seriam elas, portanto, o carro chefe do visual criado. O verde e o amarelo reproduzem toda a valorização do ideal brasileiro dos tropicalistas.  Não somente são as cores da bandeira, mas também trazem o sol brasileiro, e o verde necessário nas flores. Na época do movimento tropicalista no Brasil, havia o desenvolvimento de uma nação de mistura de raças, e principalmente mistura de cultura popular, que trazia influência indígena, africana e européia. Dessa mixagem resultou a genuína cultura brasileira, que, nos anos 70, também inovava com o teatro de José Celso Martinez Correa, ou com a presença da guitarra elétrica em festivais de música com Caetano Veloso, com Gilberto Gil, com Gal Costa. De toda a maneira, era uma revolução que também chocava.

Esse choque se faz presente com os resquícios punks da boca da modelo. A idéia foi fornecer um elemento icônico do movimento punk (a boca preta), porém em apenas um dos lábios. É a forma de chocar, e conduzir o olhar para cima, para a parte superior da boca e para os olhos.

É como se o movimento tropicalista estivesse abraçando o punk presente na boca. A parte inferior da boca em tom claro evoca o rosto mais limpo das artistas tropicalistase, junto ao olho baseado nas estampas tropicalistas, abraçam a boca metade punk. O lábio da atitude, do choque, da ruptura e do anarquismo. As flores do cabelo e os olhos resistem, mas a boca marca a inevitabilidade da influência externa para movimentos- sejam eles políticos ou culturais.”

 

 

 

 

 

 

Beijos

Ps: Agradecimento mais que especial –  essencial à Má!